Resultados do reparo artroscópico do manguito rotador sob a técnica de fileira simples versus fileira dupla
Resumo
correspondendo a cerca de 30% a 70% dos quadros de dores do ombro. A i ncidência
das rupturas do manguito rotador na população geral pode chegar a até 20%. Dentre
as opções terapêuticas, há o reparo artroscópico do MR, que pode ser feito com as
âncoras em disposição de fileira simples (FS), fileira dupla (FD) ou equivalente
trans-óssea. O objetivo deste estudo é avaliar os pacientes submetidos ao reparo
artroscópico do manguito rotador, comparando-se os resultados funcionais obtidos
pelas técnicas de fileira simples e de fileira dupla. Para i sso, desenvolveu-se um
estudo observacional, comparativo e retrospectivo. Foram i ncluídos nesse estudo, os
pacientes que submetidos ao reparo artroscópico do manguito rotador, maiores de 18
anos e que aceitaram participar da pesquisa. Foram excluídos aqueles pacientes que,
durante o ato cirúrgico, foram submetidos a outros procedimentos, o que i nclui reparo
do l abrum, tenotomia e tenodese do bíceps e acromioplastia. Os dados foram
coletados por meio da análise dos prontuários e por meio da avaliação presencial dos
pacientes ao seguimento. Os pacientes foram divididos em dois grupos, um grupo da
FS e outro da FD, para realizar-se a comparação dos resultados funcionais por meios
dos escores UCLA e Constant e da amplitude e força dos movimentos de elevação,
rotação externa e i nterna. A amostra foi composta por 135 ombros e 128 pacientes.
Destes, 69,6% correspondem a casos operado pela técnica de fileira simples, e
30,4% a fileira dupla. A i dade média do grupo FD foi de 55 anos, e no grupo FS , 59
anos, diferença estatisticamente significativa. Quanto ao sexo, ambos os grupos foram
compostos por maioria feminina. O tempo médio de seguimento do grupo FD foi de
55,32 meses, e no grupo FS, 44,19 meses, sem significância estatística. Para as
variáveis tabagismo e diabetes, as diferenças entre os dois grupos não foram
estatisticamente significativas. Em ambos os grupos, as l esões degenerativas
corresponderam à maioria dos casos. Ambos os grupos apresentaram mais de 80%
dos casos de rupturas totais. A média da escala UCLA foi de 33 pontos, tanto no
grupo FU quanto no FD. As médias da escala Constant foram de 82 no grupo FS e 86
no grupo FD, diferença sem significância estatística. Quanto à amplitude dos
movimentos e à força, apenas a força de elevação anterior apresentou diferença
estatisticamente significativa, com médias de 4 kg para o grupo FS e 5 kg para o
grupo FD.Em ambos os grupos, mais de 50% dos pacientes apresentaram-se sem
dor à consulta de reavaliação e aqueles com dores i ntensas estiveram na menor
proporção. Quanto às complicações pós-operatórias, 3 casos foram registrados no
grupo de FS (3,19%), e 2 no grupo de FD (4,8%), diferença sem significativa
estatística. Portanto, a técnica de FD apresentou resultados superiores apenas quanto
à força da elevação. Quanto aos demais parâmetros funcionais, não foram
encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os pacientes submetidos
à técnica de FS e àqueles submetidos à FD
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2018.6408
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