Tradução e validação para o português de uma escala de avaliação de transtornos de controle de impulso em pacientes com doença de Parkinson no Brasil
Resumo
INTRODUÇÃO: A doença de Parkinson atinge cerca de 3% da população acima de 60 anos no
Brasil. Além dos sintomas motores, existem diversos sintomas não motores, incluindo
aspectos cardiovasculares, gastrintestinais, relacionados ao sono, psiquiátricos, entre outros.
No que concerne aos sintomas psiquiátricos, inclui-se não só ansiedade e depressão, mas
também os transtornos de controle de impulso (TCIs). A prevalência de transtornos do
controle do impulso (TCIs) em portadores da doença de Parkinson é de cerca de 15 a 20%.
Esse sintoma pode se apresentar como hipersexualidade, hiperfagia, compulsão por jogos
ou por compras. A abordagem deve visar a identificação precoce e o ajuste do tratamento
da doença de Parkinson, a fim de prevenir consequências sociais, financeiras e legais. A
escala QUIP-RS é uma ferramenta pra avaliação dos TCIs, que aborda a gravidade e
progressão dos sintomas, mas ainda não foi traduzida ou validada para o Português
brasileiro. OBJETIVO: Traduzir e validar a QUIP-RS para o português brasileiro.
METODOLOGIA: A escala QUIP-RS e sua folha de instruções foram traduzidas,
retrotraduzidas e aprovadas pelo autor da versão original. A escala foi aplicada a 13
controles e 39 paciente portadores de doença de Parkinson. Foram analisadas as
propriedades psicométricas aceitabilidade, consistência externa e interna, dimensionalidade
e precisão. Foram aplicadas, também, as escalas MDS-UPDRS, NMSS, QUIP-CS, PDSS-BR,
PDQ-8 e MoCA para melhor análise do perfil do paciente e para análise da validade
divergente. Os dados foram analisados no software R. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Avaliou-se
os resultados referentes aos paciente com doença de PraHouve efeito solo importante, o
efeito teto foi menor do que 15%, o alfa de Cronbach foi de 0.78, demonstrando a
confiabilidade da escala. A análise gráfica exploratória e a fatorial confirmatória
comprovaram que é uma escala unidimensional. A validade convergente foi demonstrada
pela relação estatisticamente significativa entre as pontuações de cada transtorno na QUIPRS
e as questões binárias referentes a cada transtorno no QUIP-CS. A validade divergente foi
comprovada pela falta de relação ou relação negativa com escalas que avaliam outros
construtos. CONCLUSO: A escala QUIP-RS, conforme foi traduzida parece ser um
instrumento útil na identificação de TCIs, mas ainda são necessários estudos com análise
teste-reteste para sua validação
Palavras-chave
Texto completo:
PDFDOI: https://doi.org/10.5102/pic.n1.2018.6411
Apontamentos
- Não há apontamentos.