A associação entre a obesidade e os polimorfismos da Interleucina-6 e do receptor de leptina

Giovanna Sousa de Castro Ribeiro, Isabella de Freitas Cavalcante, Paulo Roberto Martins Queiroz

Resumo


A obesidade é caracterizada pelo acúmulo intenso de gordura corporal a partir de um
desbalanceamento energético, havendo um armazenamento excessivo de energia na forma
de triglicerídeos no tecido adiposo. Esta doença tem sido indicada como um quadro
inflamatório, pois em indivíduos obesos são produzidos altos níveis de marcadores
inflamatórios quando comparados a indivíduos eutróficos, com baixo índice de massa
corporal. A obesidade possui uma etiologia multifatorial, relacionando fatores metabólicos,
ambientais e genéticos - englobando hereditariedade e polimorfismos. Nesses, ocorrem
alterações na sequência de nucleotídeos, proporcionando uma variabilidade que, quando
presente nos genes da interleucina-6 e do receptor da leptina, pode-se associar à obesidade.
Diante disso, a presente pesquisa teve como objetivo relacionar os polimorfismos dos genes
da interleucina-6 e do receptor de leptina com a obesidade a partir de uma Pesquisa de
Campo construída com artigos publicados nos últimos 20 anos, juntamente com análise dos
dados genéticos e do questionário obtidos. Nesta busca, foram utilizados livros de genética,
base de dados como SciELO e PubMed, além de teses e dissertações do banco de dados da
Universidade de São Paulo e da Universidade de Brasília. A leptina, hormônio secretado pelo
tecido adiposo, faz a sinalização hipotalâmica do estoque de gordura, regulando o apetite.
Quando está em altos níveis no sangue, tem-se o impedimento da composição de
neuropeptídeos associados ao aumento do apetite. Alguns polimorfismos no gene do
receptor de leptina, diminuem a especificidade do receptor e a ligação do hormônio à ele.
Logo, a sinalização da leptina de inibir a composição de alguns neuropeptídeos diminui,
voltando a ter o aumento de apetite, levando ao maior consumo de alimentos e, vinculada
ao estilo de vida, pode ocasionar o sobrepeso. Outros polimorfismos associados à obesidade
são os do gene da interleucina-6, como o polimorfismo de nucleotídeo único -174C/G, que
eleva a produção deste mediador inflamatório e, subsequentemente, à concentração sérica,
ampliando a resposta inflamatória aguda e reforçando que o sobrepeso deve ser classificado
como uma inflamação. Associada à obesidade, normalmente, tem-se Diabetes Mellitus tipo
2, Doenças Cardiovasculares e Síndrome Metabólica, tendo essas em comum, uma maior
concentração sérica de interleucina-6. Logo, verifica-se que a obesidade está intimamente
ligada aos polimorfismos do gene da interleucina-6 e do receptor de leptina, bem como aos
respectivos fatores de risco, sendo fundamental a análise dessa associação. Tal informação
foi averiguada na pesquisa, de forma que houve uma diferença significativa da presença do
polimorfismo em pacientes obesos em relação aos voluntários não obesos. Também foi vista
uma conexão entre o meio-ambiente e a expressão ou não da obesidade, reforçando que
mecanismos epigenéticos devem ser elucidados para a intervenção e o tratamento desse
quadro inflamatório.


Palavras-chave


epigenética; quadro inflamatório; SNPs; sobrepeso.

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DOI: https://doi.org/10.5102/pic.n0.2020.8229

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